Como enxergamos as pessoas que usam drogas?
Por que as pessoas que usam drogas não devem ser criminalizadas? Seus sofrimentos devem ser tratados.




Comunicado de que a PEC 45 (criminalização dos usuários de droga) foi aprovada no senado
Um grande retrocesso, durante um governo que beneficia tanto as comunidades terapêuticas (entidades privadas, financeiramente exploratórias, com trabalhos análogos à escravidão, sem fiscalização, com práticas punitivas e violentas, que são ofertadas como uma “alternativa” aos manicomios, mas que ainda continuam com a lógica de afastar e excluir).
Com a PEC 45, a pessoa que usa drogas sai dos cuidados da saúde e recai na criminalização, facilitando ainda mais o "recolhimento" em tais instituições. Indo à contramão das tendências de saúde, nos resta a pergunta: Como enxergamos as pessoas que usam drogas no brasil
A visão criminalista nunca saiu de cena. Com isso, o usuário de drogas é responsabilizado unilateralmente, sem que seu contexto e determinantes sociais sejam levados em conta, o discurso presente é reducionista e biomédico, desrespeitando o tripé Bio-Psico-Social (no caso das substâncias, também podemos chamar de "eixo Contexto-Sujeito-Substância") e impedindo uma visão completa do fenômeno de uso de substâncias.
Também mostra como o pensamento punitivista e moralista ainda estão presentes, retrocedendo o abolicionismo penal (uma abordagem mais humanista que busca a diminuição ou até eliminação do sistema penal em casos que claramente existem motivos sociais). Tal moralismo é um reflexo (e também causador) do sucateamento das políticas públicas.
Importante também destacar que problemas sociais não serão superados por atitudes individuais e práticas asilares (que afastam os ""problemas"" da sociedade, os escondendo debaixo do tapete e responsabilizando as pessoas individualmente).